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Uma visita ao passado

  • Foto do escritor: Ana Cláudia Terra
    Ana Cláudia Terra
  • 22 de fev. de 2022
  • 3 min de leitura

A Casa Lea Pentagna agrega na história de Valença e proporciona aos visitantes uma experiência no passado



“Propagar, estimular e proteger o gosto pelo estudo e desenvolvimento do município, de todas as ciências, artes e letras no geral”. esse é o intuito presente nos estatutos da Fundação Lea Pentagna, deixada por Lea Josephina Pentagna para Valença. A casa-museu, disponível para visitações, possui vinte cômodos, decorados com influência europeia, um jardim com bosques, um lago e muitas variedades de fauna. É uma visita ao passado para conhecer a história de Valença e ver como era o estilo da época. Como por exemplo, saber sobre Vito Pentagna, avô de Lea, que após vir da Itália, enriqueceu na época da Revolução Industrial e criou uma das fabricas têxteis de Valença, sendo a mais conhecida: Santa Rosa.


Lea Josephina Pentagna nasceu em 1909, em Piracicaba (SP) e faleceu em 1983, em Valença. O professor Gilberto Monteiro, presidente da Fundação, conta que Lea era uma mulher à frente do seu tempo. Muito alegre, tinha uma adoração pelas artes e a música. Lea Pentagna fazia e frequentava muitas festas, em sua residência de Valença, recebendo muitos artistas europeus e brasileiros. Os mais famosos eram o pintor espanhol, Timóteo Perez Rúbeo, o escritor Lúcio Cardoso, que escreveu o livro Crônica da Casa Assassinada (1959) e a atriz, Norma Bengell. Como ela viajava muito, principalmente à Europa, trazia muitas obras de estilos variados para sua residência. “Essa casa mostra que ela tinha conhecimentos múltiplos”, esclarece Gilberto. Conhecidos de Lea, contam que ela era uma mulher muito geniosa, mas muito generosa, pois ajudou muitas pessoas da cidade. Lea tinha dois irmãos, Vito e Léo, com quem tinha boas relações. Ela era como uma “assessora” para Vito, pois ele era um grande poeta e viajavam juntos para expandir seus conhecimentos artísticos. Assim, conta o professor Gilberto.



A Fundação Cultural e Filantrópica Lea Pentagna nasceu do desejo de Lea em levar a arte para todos. Em testamento, ela deixou todos os seus bens para sustentar a Fundação. Para seguir esse desejo, a Casa Lea abre as portas para cursos de pintura, bordado, medicina integrativa, eventos de estilos variados. Ainda há a visitação da casa-museu e dos jardins de aproximadamente 20 mil metros quadrados. “Temos lançamentos de livros, exposições de artes plasticas, a Casa Viva e a Feira de Maio”, acrescenta Dilma Dantas, presidente da Associação dos Amigos, sobre os eventos. Ela ainda ressaltou, os eventos realizados em que se reuniram pesquisadores de Lúcio Cardoso e os responsáveis pelo filme A Casa Assassinada, adaptação do romance Crônica da Casa Assassinada, dirigida por Paulo Cesar Sarraceni, tendo a casa como locação das gravações em 1971. O evento mais recente trouxe celebridades conhecidas por Lea e movimentou a cidade, além da exibição do filme e palestras sobre Lúcio Cardoso.



Gilberto Monteiro esclareceu que o trabalho da Fundação é o de reforçar a cultura e que os visitantes devem abraçar a ideia de dona Lea. Ele acrescentou que ao visitar a casa-museu, as pessoas podem conhecer a história de Valença, olhar objetos que não são mais fabricados e que guardam muitas curiosidades. Como a máquina de escrever que possui mais de cem anos, ganhadora de um concurso do SBT, recebendo como prêmio uma nova ambulância para a cidade. Ele ainda chama a atenção para os jardins e bosques da propriedade. “Quando se entra no bosque do Silencio, pode-se harmonizar”. Além de ver as grandes obras do pintor Timóteo Perez Rubio e outros artistas. Dilma e Gilberto contam sobre a importância de preservar a casa, sempre colocam flores e deixam as músicas do Antonio Vivandi tocando – músico favorito de Lea. Eles ainda falam que é um lugar para todas as classes sociais e idades.


A Associação dos Amigos da Casa Lea foi criado em 1997, e tem o objetivo de contribuir para a viabilização dos projetos da Fundação. As realizações da Casa Lea recebem a ajuda dessa associação, por formas de doações voluntárias. Dilma Dantas, presidente da Associação, conta que essa ajuda é primordial para o funcionamento. “Ela ajuda muito, nós construímos um anfiteatro com ajuda dos associados”. Ela ainda acrescenta a importância da ajuda dos valencianos, como o comércio que sempre fornece brindes para os eventos. Para contribuir e se tornar um associado, basta entrar em contato pelo telefone (24) 2453-4178 e o e-mail: lea.pentagna@uol.com.br.


Valença RJ - 2019. Texto escrito para a publicação impressa e digital do Jornal Local.

 
 
 

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